POLÍTICA - Massafera presta homenagem a estudante morto pela Ditadura

17/03/2013 18:29

 

O deputado Roberto Massafera ocupou a tribuna da Assembleia Legislativa para prestar uma homenagem ao estudante Alexandre Vanucchi Leme, patrono do Diretório Central Estudantil (DCE) da USP, assassinado há 40 anos no dia 17 de março de 1973 pelo regime militar.

Roberto Massafera vivenciou o período de lutas estudantis durante sua graduação na Escola de Engenharia da USP de São Carlos, entre 1963 e 1967. Ele lembrou que naquela época a liberdade de expressão e manifestação eram vigiadas.

O deputado destacou que apesar de presenciar a instalação da ditadura militar no Brasil em 1964, os estudantes ainda eram respeitados e podiam se organizar e participar de movimentos políticos até o final de 1968.

“Foi a partir do AI-5 (Ato Institucional número 5), editado em 13 de dezembro de 1968 que perdemos os direitos. O movimento e os encontros estudantis foram proibidos. A repressão tornou-se muito forte e os estudantes passaram a ser perseguidos, presos, torturados e mortos pelo regime militar” afirmou o deputado.

Entre as vítimas estavam o universitário Alexandre Vanucchi Leme. “O jovem estudante Alexandre Vanucchi Leme era um idealista, lutou pelo retorno do Estado de Direito e hoje, 40 anos depois, as homenagens que as entidades estudantis prestam ao seu nome é para lembrar as futuras gerações que as arbitrariedades nunca mais deverão se repetir”.

 

Perseguição

Aluno de Geologia da USP no início da década de 1970, o chamado anos de chumbo da ditadura, Alexandre Vanucchi Leme foi um ativo militante de esquerda que participou intensamente de uma organização clandestina chamada Ação Libertadora Nacional (ALN).

Preso em 16 de março de 1973 por agentes do DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna), órgão da Inteligência Militar da época, Alexandre morreu um dia depois após várias sessões de tortura. Ele tinha 22 anos de idade.

A versão oficial da Ditadura, bastante contestada, afirmou que ele morreu atropelado por um caminhão ao tentar fugir da prisão. Entretanto, seu corpo foi enterrado como indigente e coberto com cal-virgem para encobrir as marcas de agressão sofrida.