Universitários de vários países estão fazendo intercâmbio através do trabalho voluntário. Em São Carlo, mais de 30 jovens estrangeiros participam de projetos em ONGs.
Em uma delas, que oferece recreação para crianças carentes, duas intercambistas ajudam nas atividades físico-desportivas. As estudantes, uma europeia e outra africana, poderiam ter escolhido um intercâmbio de estágio, para desenvolver atividades ligadas à profissão de cada uma, mas optaram pelo trabalho voluntário.
Segundo a alemã Anna Gundelach, de 22 anos, a fama da hospitalidade brasileira influenciou na escolha do país para o intercâmbio. "Eu gosto muito do Brasil. As pessoas aqui são mais abertas e é mais fácil de conhecer gente aqui. Eu gosto muito", disse.
A moçambicana Maida Anin, de 20 anos, também intercambista, já tinha uma proximidade com o Brasil devido à língua portuguesa. Quando criança, em Moçambique, a primeira música que ela aprendeu a tocar na flauta foi Asa Branca. "A gente gostava muito da música, a professora até ficou espantada por eu escolher uma música brasileira", contou Maida.
Durante a primeira semana de atividades, as voluntárias seguem a rotina das crianças e aprendem danças, música e esporte. Posteriormente, as intercambistas vão dar oficinas para realizar troca de experiências. "Primeiro tem a apresentação do nosso país, que faremos para as crianças e professores, depois tem algumas brincadeiras que a gente faz lá em Moçambique", explicou a intercambista.
As crianças aprovam a troca de culturas. "Elas nos ensinam outras brincadeiras e a gente conversa sobre os outros países", disse Liandra Fonseca, de 10 anos.
O coordenador executivo da ONG Formiga Verde, Rodney de Santi, garante que o intercâmbio para trabalho voluntário enriquece os dois lados. "É um trabalho que amplia a perspectiva, o leque de possibilidades, para a vida de cada um. Mexe muito com a cultura e com a autoestima. É uma experiência ímpar para as crianças, esse contato com alguém do mundo, do nível global", afirmou.
Voluntários
As intercambistas fazem parte da Aiesec, uma rede global de solidariedade. Para ser um voluntário é necessário ser universitário, ou estar formado há no máximo dois anos, e ter entre 18 e 30 anos.
A rede exige um bom conhecimento de inglês ou espanhol, dependendo do país onde se pretende ser voluntário. Há programas sociais, com dois meses de duração, e profissionais, que duram de seis meses a um ano.
O voluntário é responsável pelos custos com passagem e, em alguns casos, de alimentação e hospedagem também. Algumas vezes as ONGs providenciam comida e lugar para ficar.
São Carlos
A ONG de São Carlos precisa de pessoas que aceitem hospedar outros voluntários estrangeiros. Para oferecer hospedagem ou se inscrever para os programas de voluntariado no exterior é preciso acessar osite da Aiesec.
