SOB CUSTÓDIA - Os Limites do Esporte

28/08/2013 13:05

 

O assunto que será abordado nas próximas linhas não é nem um pouco novo. Na realidade, ele é cíclico, volta e meia reaparece, depois some por um tempo. A única certeza sobre tal tema é que ele nunca vai se encerrar.

O doping é uma prática muito comum em todos os esportes. Diria até que é um artifício quase obrigatório no desporto de alto rendimento. Um super corredor, um super nadador, um super jogador de futebol americano, um super tenista. O limite do corpo humano elevado ao nível de altíssima intensidade. Ou vai, ou enverga. E, para não envergar, o doping.

Este não é o melhor momento para falar sobre o assunto, pois ele não está mais em evidência. Quatro ou seis semanas atrás estava, com o escândalo que abalou o atletismo, com inúmeros atletas de elite pegos com substâncias irregulares. Resolvi discorrer sobre, pois me chamou a atenção o rumo que as conversas tomaram.

Pela primeira vez, se foi discutida seriamente a possibilidade de se permitir o doping. Vi vários meios de comunicação levantando a pauta e blogs esportivos analisando a ideia.

Minha opinião é de que não é  saudável para o esporte amador. A pessoa que pratica simplesmente por saúde, não verá sentido no esporte que escolheu, pois seus ídolos não serão saudáveis. A roupagem que o esporte conhece, definida pelo clichê “esporte é saúde” deixará de fazer sentido. A busca pelo resultado será o único objetivo.

Agora, para o esporte profissional, ainda que relutante, creio que pode ser uma boa. Conheceremos definitivamente onde o corpo humano pode chegar. Imagine um Usain Bolt pilhado com substâncias estimulantes? Imagine um Lionel Messi com 120% de capacidade física? Parece-me muito errado, eu sei. Mas devemos concordar que é uma realidade crescente.

As técnicas de dopagem ficarão mais avançadas, o controle terá mais trabalho e um ou outro caso vai passar impune. No fundo, creio que o doping é a pior praga do esporte. Mas devemos aceitar que ele existe. E que está sofisticando-se cada vez mais.

Onde vamos parar? No super-homem ou no homem?