SOB CUSTÓDIA - Por fora, bela viola...

14/05/2013 00:13

 

Não tem jeito de fugir do assunto principal que permeará  na imprensa brasileira pelos próximos dois anos. Até pipoca aqui uma notícia do julgamento do mensalão, ali surge um comentário sobre a violência das grandes cidades, mas não existe saída.

Sim, queridos leitores, o assunto da moda, necessário para reflexões até mesmo sobre a história deste país, é  a Copa Do Mundo da FIFA. Não existem limites para explorar o assunto. Volta e meia ele surge sorrateiro, esperando uma brecha no noticiário policial para invadir a casa dos brasileiros. Seja na mídia impressa, no rádio ou na televisão. Quanto mais perto estamos da dita cuja, mais falaremos sobre ela.

O tópico atual envolve a concessão do Maracanã. Após expulsar de seu lar alguns bravos indígenas sobreviventes do holocausto português, lá vem o staff da Copa destruir mais um punhado de instalações, vidas e sonhos. Ao dar de bandeja o ex-maior do mundo para Eike Batista e mais um monte de investidores internacionais, o grito de “O Maraca é nosso” nunca foi tão mentiroso.

Outro ponto relevante é o fracasso total que está sendo a estruturação dos estádios. Por fora, arenas modernas e espetaculares. Por dentro, serviço torpe, confuso, mal planejado e insuficiente. O torcedor brasileiro, que nunca foi respeitado e via em novos estádios a oportunidade de mudar o panorama, está sendo novamente enganado.

Na reabertura do Mineirão, nem água para beber havia. O número ínfimo de bares funcionando resultou em confusão e rapidamente os estoques de produtos estavam totalmente esgotados. No jogo seguinte, mais descaso, os problemas foram maquiados, mas se repetiram. Na Fonte Nova, a genial ideia de haver uma escada para o artilheiro comemorar o gol abraçando a torcida, mostrou-se nem tão genial assim, haja vista que o vidro de proteção do setor trincou-se e por pouco não causou sérios ferimentos em quem fazia parte da comemoração.

Alguns casos particulares, alguns gerais: Ninguém respeitou o lugar correto para sentar-se, e o serviço voluntário de acompanhamento e orientação parecia mais confuso que a própria torcida. O policiamento segue truculento e a má educação também deu as caras. Sobrou para as infelizes – e toscas – caxirolas.

O assunto segue até julho de 2014. Até  lá, a FIFA e o governo maquiarão os problemas para o país receber bem os gringos. Do último apito da final adiante, tudo volta ao normal. O mesmo futebol violento. A mesma organização ridícula. O mesmo espetáculo triste que estamos acostumados.

Vai me dizer que isso tudo soa como novidade para você?

 

PS.: A FIFA entende que o nome “Mané Garrincha”  não possui representatividade suficiente no futebol e o estádio da Capital Federal terá outro nome. Seria ele João Havelange, lavagem de dinheiro, ou Ilhas Cayman? Deixe sua opinião!